Centro
Municipal de Eventos – Ouro Preto - Obra Análoga
Patrimônio cultural da humanidade, Ouro Preto deve ganhar seu Centro Municipal de Eventos, que pretende não
só ajudar a preservar o centro histórico, como também contribuir para a
requalificação de um bairro, área periférica e carente da cidade. O conjunto
ocupará a grande gleba onde funcionava a Companhia Industrial de Ouro Preto,
fábrica de tecidos construída no final do século 19. A facilidade de acesso ao
local, junto à rodovia BR-356 e ao lado da recém restaurada estação ferroviária
Vitorino Dias, foi um dos fatores decisivos para a escolha da área.
A ideia da prefeitura era criar um espaço com capacidade e características próprias para shows, de modo a evitar
as grandes concentrações de público na praça Tiradentes, no centro histórico da cidade, que vem recebendo
eventos de porte nos últimos anos, apesar de não possuir a infraestrutura para
isso. O equipamento também deveria oferecer à população do bairro opções de
lazer e oficinas profissionalizantes.
Estrutura e Conforto
Com cerca de 3,6 mil metros quadrados e 17 metros de pé-direito livre, o
pavilhão de modulação ortogonal terá capacidade para mais de 7 mil pessoas e cria condições espaciais para diferentes
distribuições de público, numa clara referência à praça Tiradentes. Sua estrutura será mista, com pilares e
balcões de concreto, cobertura em sheds com telhas termoacústicas, empenas
frontais em painéis de concreto pré-fabricado e vedos laterais com venezianas
vazadas de aço corten suspensas acima do nível de circulação, para dar maior
flexibilidade de uso ao espaço. Para tornar o espaço acusticamente confortável, a face opaca e interna dos sheds será revestida
com lã de vidro e tecido. O piso terá a marcação de quadras esportivas, para
uso da população no dia-a-dia.
No prédio original, a malha interna de pilares metálicos passará por
processos de limpeza e receberá proteção antiferrugem, enquanto o piso
cimentado será refeito. A cobertura necessitará de intervenções mais
significativas. Como as telhas francesas originais não são mais encontradas no
mercado e produzir um lote exclusivamente para a obra teria custo bastante elevado, a opção foi recriar a modulação da estrutura
metálica, o que permitirá o uso de telhas francesas de formato comercial. Os
sheds, hoje vedados por telhas de fibrocimento, também serão recuperados. O
edifício abrigará as oficinas e outras atividades dirigidas à população do bairro.
Todo o conjunto será integrado por uma grande
marquise, elemento que assinala o acesso principal ao empreendimento
e responde pela articulação espacial coberta. Externamente, o piso será
pavimentado com paralelepípedos, a fim de dar maior permeabilidade ao terreno.
Fonte:
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/humberto-hermeto-e-francisco-albano-andrade-centro-de-10-03-2009.html
Texto resumido a partir de reportagem de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 348 Fevereiro de 2009
Humberto Hermeto
Francisco Albano Andrade
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