quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Daniella Sedlmaier e Laís Oliveira – Obra Análoga


Centro Municipal de Eventos – Ouro Preto - Obra Análoga



Patrimônio cultural da humanidade, Ouro Preto deve ganhar seu Centro Municipal de Eventos, que pretende não só ajudar a preservar o centro histórico, como também contribuir para a requalificação de um bairro, área periférica e carente da cidade. O conjunto ocupará a grande gleba onde funcionava a Companhia Industrial de Ouro Preto, fábrica de tecidos construída no final do século 19. A facilidade de acesso ao local, junto à rodovia BR-356 e ao lado da recém restaurada estação ferroviária Vitorino Dias, foi um dos fatores decisivos para a escolha da área.

A ideia da prefeitura era criar um espaço com capacidade e características próprias para shows, de modo a evitar as grandes concentrações de público na praça Tiradentes, no centro histórico da cidade, que vem recebendo eventos de porte nos últimos anos, apesar de não possuir a infraestrutura para isso. O equipamento também deveria oferecer à população do bairro opções de lazer e oficinas profissionalizantes.

Estrutura e Conforto







Com cerca de 3,6 mil metros quadrados e 17 metros de pé-direito livre, o pavilhão de modulação ortogonal terá capacidade para mais de 7 mil pessoas e cria condições espaciais para diferentes distribuições de público, numa clara referência à praça Tiradentes. Sua estrutura será mista, com pilares e balcões de concreto, cobertura em sheds com telhas termoacústicas, empenas frontais em painéis de concreto pré-fabricado e vedos laterais com venezianas vazadas de aço corten suspensas acima do nível de circulação, para dar maior flexibilidade de uso ao espaço. Para tornar o espaço acusticamente confortável, a face opaca e interna dos sheds será revestida com lã de vidro e tecido. O piso terá a marcação de quadras esportivas, para uso da população no dia-a-dia.

No prédio original, a malha interna de pilares metálicos passará por processos de limpeza e receberá proteção antiferrugem, enquanto o piso cimentado será refeito. A cobertura necessitará de intervenções mais significativas. Como as telhas francesas originais não são mais encontradas no mercado e produzir um lote exclusivamente para a obra teria custo bastante elevado, a opção foi recriar a modulação da estrutura metálica, o que permitirá o uso de telhas francesas de formato comercial. Os sheds, hoje vedados por telhas de fibrocimento, também serão recuperados. O edifício abrigará as oficinas e outras atividades dirigidas à população do bairro.

Todo o conjunto será integrado por uma grande marquise, elemento que assinala o acesso principal ao empreendimento e responde pela articulação espacial coberta. Externamente, o piso será pavimentado com paralelepípedos, a fim de dar maior permeabilidade ao terreno. 


Fonte:
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/humberto-hermeto-e-francisco-albano-andrade-centro-de-10-03-2009.html

 Texto resumido a partir de reportagem de Nanci Corbioli

Publicada originalmente em PROJETODESIGN

Edição 348 Fevereiro de 2009

Humberto Hermeto
Francisco Albano Andrade

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